terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Capítulo 1 – O nascimento

Desde antes ter nascido foi decidido que meu ancestral era Láquesis, também estava destinado a ser fruto de Frigga, pois nasci numa sexta-feira, felizmente não foi no dia 13, ainda bem, se não, acredito que nem teria de fato nascido. A escolha dos ancestrais, sendo coincidência ou não saibam que no processo de cristianização da Europa, a deusa Frigga, da mitologia nórdica originalmente protetora da beleza e do amor, teve o maior azar e foi transformada em bruxa, e o nome "Friday"(sexta-feira em inglês) provém dela, então aceito ser afilhado de tal deusa.

Fora numa sexta-feira, que minha mãe ao amamentar minha irmã, percebeu que seu leite secara, preocupada, pois ainda estava fora do tempo, dirigiu-se ao médico para exames de rotina, e então ficou confusa ao ouvir as congratulações do médico ao dizer "parabéns mamãe", o que significava? Simples ela estava grávida de mim. Não seria trágico se esse fato não antepusera à uma mentira de meu pai, que havia afirmado ter realizado uma vasectomia após o nascimento de minha irmã. Como ele odiava médicos, preferiu mentir, imprudentemente pensando que nada ocorreria, tanto não só ocorreu como hoje estou aqui.

Pelo menos não ofereci demais cuidados à minha mãe durante a gestação, e coincidentemente numa sexta-feira, nasci saudável, era grande. Um dos maiores daquela maternidade, e assim como Zaratustra, eu ria enquanto o restante dos bebês na maternidade choravam, e segundo meu pai, além de rir, eu era agitado, como se pedisse para sair daquele lugar.

Porém tive o azar de não ter os pais ricos, então desde cedo tive que compartilhar quartos, brinquedos entre outras coisas com meus irmãos. Azar facilmente superado, pois acredito que foi um dos fatores de me fazer ter consciência do justo, da partilha e pensamento em família.

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